6h
Informados sobre a intensa movimentação que ocorria em todos os batalhões militares do Rio de Janeiro, os ministros integrantes do gabinete de governo liderados pelo Barão de Ouro Preto se reúnem na secretária do Império para discutir formas de enfrentara a Revolução que já se anunciava. Enquanto isso, as tropas republicanas começam a mobilizar-se pela cidade: Uma grande parte do Corpo de Polícia desembarca na corte, vindo de Niterói, para se unir ao Marechal Deodoro. Outra parte da força fica na ponte da armação, a espera de embarcações. O 7º e o 10º batalhões, além do Corpo de Bombeiros, amanheceram vazios. Os soldados começavam a dirigir-se para o campo de Santana.
7h
Uma força de fuzileiros navais sobre a rua do Ouvidor e começam a ser ouvidos pela cidade as primeiras palavras de ordem em defesa da República gritadas abertamente. Os soldados estão prontos para o confronto armado. Todos os oficiais que acompanham o grupo levam revólveres nas cinturas.
É quase impossível chegar ao Campo de Santana devido ao grande número de soldados que para lá se dirigem com o objetivo de unirem-se aos líderes republicanos. Uma força do 10º batalhão, fiel à monarquia, ocupa todo o Largo da Lapa para impedir a passagem provável de estudantes da Escola Militar, que apoiaram maciçamente a revolução republicana. Das janelas do palacete do Itamaraty parte uma descarga de tiros sobre o povo que já começava a saudar a chegada da República.
8h30
O marechal Deodoro da Fonseca encontra-se com o barão de Ladário, que ocupava o cargo de ministro da Marinha, na entrada do Ministério. O sr. barão, afirmando que tinha a obrigação de defender a monarquia, saca duas armas com o claro objetivo de atacar Deodoro. Um praça do Exército que presencia a cena entra em ação e atira contra o sr. Barão, que cai ferido imediatamente.
9h
Todas as estações de polícia são fechadas na cidade. A movimentação de militares nas ruas é cada vez maior. À porta de uma taverna em uma esquina da rua são Lourenço pode ser visto o barão do Ladário, com um ferimento na fronte, à espera de cuidados médicos.
9h30
Militares republicanos tomam a secretaria do império e cercam a sala onde ocorre a reunião do gabinete ministerial. Os revolucionários dão voz de prisão aos ministros, e afirmam que todos seriam liberados assim que enunciassem a seus cargos. A situação torna-se tensa, até que o Marechal Deodoro garante que nenhum dos monarquistas sofreria qualquer agressão ou retaliação, desde que concordassem em reconhecer o novo governo.
10h
Os integrantes do ministério monarquista, sem enxergar outra saída, rendem-se e concordam em anunciar a renúncia coletiva. O Marechal Deodoro encaminha-se para o Campo Militar de Santana, onde representantes das Forças Armadas o aguardavam, já festejando o sucesso da revolução e o início da República em nosso país.
10h30
Deodoro entra no quartel de Santana em triunfo, abraçado, entre aclamações. O exército dá vivas à República. É o grito que se ouve em todo o Campo de Santana e em toda a cidade. Alunos da Escola Militar passam pelo Largo da Lapa, pois os soldados monarquistas já não ofereciam.
10h45
O marechal é carregado em triunfo. O 2º batalhão de artilharia dá uma salva de 21 tiros. O Exército, a marinha e o povo dão vivas à revolução republicana e à Nação brasileira.
Referência eletrônica: FOLHA on line. Veja como foi a Proclamação da República, hora a hora. Disponível em:
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