domingo, 16 de maio de 2010

HISTÓRIA DO AMOR NO BRASIL - MARY DEL PRIORE



Mary Del Priore: a miscigenação brasileira influiu na maneira de dizer o amor

Mary del Priore é uma conhecida historiadora brasileira, ex-professora da USP e da PUC-RJ, e tem se dedicado à história do amor. De suas pesquisas resultou o trabalho História do amor no Brasil, publicado pela editora Contexto. Também escreveu uma História das crianças no Brasil e uma História das mulheres no Brasil (ambos, pela Contexto), tendo recebido, por essa última obra, o Prêmio Jabuti. Apresentando uma reflexão rica e fartamente documentada, Del Priore toma a sério a reflexão sobre o imperativo do amor, que, “como outros imperativos – comer, por exemplo –, está inscrito em nossa natureza mais profunda”. A obra percorre o Brasil Colônia, o século XIX e o século XX, mostrando como a concepção romântica de amor – idealizadora do encontro entre duas pessoas – é inteiramente recente, apesar de uma ênfase erótica explícita já em formas literárias medievais, renascentistas e modernas. Como conclusão, Mary del Priore assume posições muito instigantes, em defesa, por exemplo, de uma concepção tradicional de amor, diagnosticando a angústia da juventude diante da liberdade sexual e denunciando uma ditadura moderna do gozo. Gentilmente, ela concedeu uma entrevista à CULT, cujas respostas mais significativas para o dossiê deste mês apresentamos aqui.

CULT: Apesar do caráter recente da visão romântica do amor, a senhora aponta para a exploração do erotismo na literatura francesa do século XVI. Mas Portugal, desse ponto de vista, teria vivido um atraso, associando, ainda, prazer e pecado. Em que consistiu esse atraso?

MARY DEL PRIORE: Teorias que consideravam o desejo sexual uma doença estão presentes em vários textos médicos portugueses desde o começo do século XVI. Havia quem dissesse, como o escritor João de Barros, em 1540, que o sentimento apaixonado “abreviava a vida do homem”, minguando ou secando os mebros do enamorado. Que doenças decorriam da paixão: ciática, dores de cabeça, problemas de estômago ou dos olhos. A relação sexual, por sua vez, emburrecia, além de abreviar a vida. Ele concluía: só os “castos vivem muito”. Os portugueses também estiveram cara a cara com uma ars erotica que usava e abusava de afrodisíacos. Dela, contudo, só levaram para Portugal a possibilidade de ver em tudo pecado ou doença! O contato imediato dos lusos com as Índias Orientais colocou-os em contato com perfumes vindos tanto da China quanto do subcontinente asiático, e com afrodisíacos largamente utilizados naquela parte do mundo: a cannabis sativa, bangue, maconha ou ópio. Esse era usado como excitante sexual capaz de duas funções: agilizar a “virtude imaginativa” e retardar a “virtude expulsiva”, ou seja, controlar o orgasmo e a ejaculação. No século XVIII, a idéia de que o amor é uma doença não faz os afrodisíacos desapar dos manuais de remédios, mas se recomendam, cada vez mais, os anafrodisíacos. Definindo-os como “aqueles remédios que ou moderam os ardores venéreos ou mesmo os extinguem”. É o caso do agnus castus, ou agnocasto, a mais eficaz das plantas antieróticas. Existiam várias outras substâncias com a mesma reputação de esfriar ou anular o desejo sexual, como a cânfora, por exemplo.
CULT: O Brasil seria um herdeiro do atraso português?

MARY DEL PRIORE: O Brasil herdou costumes que vieram da Europa, de Portugal, da Igreja e de outras instituições. Mas não foi uma simples transferência. Houve adaptações. A miscigenação proporcionou, por exemplo, um repertório linguistico que influiu na maneira de dizer o amor. Uma viajante francesa, Adéle Toussaint-Samson, no século XIX, sintetizou: “A língua brasileira, com todos os seus diminutivos em -zinha, -zinhos, tem uma graça toda crioula, e jamais a ouço sem descobrir um grande encanto; é o português com sua entonação nasal modificada. Todas as suas denguices lhe caem bem e dão à língua brasileira um não-sei-quê que seduz mais ao ouvido do que a língua de Camões”. Outro exemplo vemos no Romantismo, momento de eclosão da poesia afro-brasileira. Nela, homens como Laurindo José da Silva Rabelo faziam versos os mais apaixonados. Em Suspiros e saudades, ele canta a interpretação romântica de sua dor, mas uma dor mestiça, feita de saudades à moda portuguesa. Já em Cruz e Souza, a busca subjetiva da cor branca é o tema de toda a obra poética. Quando o poeta ama, o objeto desse amor é a “mulher, ‘da cor nupcial da flor de laranjeira’, e loura, ‘com doces tons de ouro’”. Para Tobias Barreto, o amor era um sentimento unificador: andava por onde quisesse não se detendo nas barreiras do preconceito de cor.
CULT: Seria possível resumir em etapas mais ou menos homogêneas a cronologia do amor no Brasil? Como?

MARY DEL PRIORE: Não há etapas homogêneas em história, mas momentos de mudanças e permanências coexistentes. Por exemplo, o século XIX introduziu a ideia do amor romântico. As pessoas começam a ler romances onde heróis e heroínas buscam um casamento por amor e um final feliz para suas histórias. Isso era novo. Ao mesmo tempo, nas elites, o casamento arranjado com parentes ou amigos era uma constante. Isso era arcaico. As fórmulas coexistiam. Daí começarem os raptos de noivas que se recusavam a casar com candidatos impostos pela família, preferindo fugir com os escolhidos do coração. É como se tivéssemos passado de um período em que o amor fosse uma representação ideal e inatingível (a Idade Média), para outra em que vai se tentar, timidamente, associar espírito e matéria (o Renascimento). Depois, para outro, em que a Igreja e a Medicina tudo fazem para separar paixão e amizade, alocando uma fora, outra dentro do casamento (a Idade Moderna). Desse período, passamos ao Romantismo do século XIX, que associa amor e morte, terminando com as revoluções contemporâneas, momento no qual o sexo tornou-se uma questão de higiene, e o amor parece ter voltado à condição de ideal nunca encontrado.
CULT: Na abertura de seu livro, a senhora subscreve as palavras de Luís Felipe Ribeiro: no passado, as pessoas “não davam”, mas se davam; hoje, elas “dão”, mas não se dão. Na conclusão, a senhora afirma que a liberdade amorosa – típica de nosso tempo – tem contrapartidas: a responsabilidade e a solidão. E termina apontando para um lado positivo da tradição, pois esta, defendendo a família e a procriação, seria uma fonte de profunda emoção. Gostaríamos de ouvi-la um pouco mais sobre a vivência do amor no mundo contemporâneo.

MARY DEL PRIORE: Considerando as transformações pelas quais passou a sociedade brasileira, poderíamos avançar o seguinte: aquilo a que se assistiu, ao longo dos tempos, foi uma longa evolução que levou da proibição do prazer ao direito ao prazer. Fomos dos manuais de confessor, que tudo interditavam, aos casamentos arranjados, policiados, acompanhados passo a passo por familiares zelosos. E desses ao impacto das revoluções, que, ao final dos anos 60, exportaram mundo afora lemas do tipo “Ereção, insurreição” ou “Amai-vos uns sobre os outros”, sem contar o movimento hippie, com o lema “Paz e Amor”. Desde então, o amor e o prazer se tornaram obrigatórios. O interdito se inverteu. Impôs-se a ditadura do orgasmo forçado. O erotismo entrou no território da proeza e o prazer tão longamente reprimido tornou-se prioridade absoluta, quase que esmagando o casamento e o sentimento. Passou-se do afrodisíaco à base de plantas para o sexo com receita médica, graças ao Viagra. Passou-se da dominação patriarcal à liberação da mulher.
Entre nós, durante mais de quinhentos anos, os casamentos não se faziam de acordo com a atração sexual recíproca. Eles mais se realizavam por interesses econômicos ou familiares. Entre os mais pobres, o matrimônio ou a ligação consensual era uma forma de organizar o trabalho agrário. Não há dúvidas de que o trabalho incessante e árduo não deixasse muito espaço para a paixão sexual. Sabe-se que entre casais, as formas de afeição física tradicional – beijos e carícias – eram raridade. Para os homens, contudo, as chances de manter ligações extra-conjugais, eram muitas. O resultado dessa longa caminhada? Especialistas afirmam que hoje queremos tudo ao mesmo tempo: o amor, a segurança, a fidelidade absoluta, a monogamia e as vertigens da liberdade. Fundado exclusivamente no sentimento que sobrou do amor romântico, o sentimento mais frágil que existe, o casal está condenado à brevidade, à crise. Mais. A liberdade sexual é um fardo para os mais jovens. Muitos deles têm nostalgia da velha linguagem do amor, feita de prudência, sabedoria e melancolia, tal como viveram seus avós. Hoje, a loucura é desejar um amor permanente, com toda a intensidade, sem nuvens ou tempestades. Numa sociedade de consumo, o amor está supervalorizado.
O sexo tornou-se uma nova teologia. Só se fala nisso e se fala mal, com vulgaridade. Sabemos, depois de tudo, que o amor não é ideal, que ele traz consigo a dependência, a rejeição, a servidão, o sacrifício e a transfiguração.  Resumindo: existe um grande contraste entre o discurso sobre o amor e a realidade de vida dos amantes. O resultado? Escreve-se cada vez mais sobre a banalização da sexualidade e o desencantamento dos corações, enquanto o amor segue uma coisa sutil e importante que continua a fazer sonhar, e muito, muitos homens e mulheres.



[Referência eletrônica: PRIORE, Mary del. História do Amor no Brasil. Entrevista concedida a Revista Cult. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/05/historia-do-amor-no-brasil/. Acesso em: 16/05/2010.]


REGIMES TOTALITÁRIOS



CONCEITO:



  • Totalitarismo - regime político no qual o Estado exerce controle sobre a vida pública e privada.



RAZÕES QUE POSSIBILITARAM O SURGIMENTO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS:
  • Crise das democracias liberais

(No pós-guerra os países europeus estavam arrasados e tinham a tarefa de se reorganizar e pagar dívidas, principalmente para os Estados Unidos. A experiência da década de 20 mostrou que as democracias liberais estavam com dificuldade para enfrentar os grandes problemas do capitalismo. Com isso, as elites européias – industriais, banqueiros, grandes comerciantes - mostraram-se favoráveis à formação de governos fortes e autoritários capazes de solucionar os problemas socioeconômicos da época)
  • Avanço do socialismo.

(Durante a Primeira Guerra Mundial emergiu na Rússia o socialismo, sistema político que prometia o fim das desigualdades sociais. Após o término do conflito mundial, devido à crise socioeconômica, os movimentos operários se fortaleceram e provocavam o temor das elites européias que apostavam nos governos autoritários como saída para deter o avanço do socialismo.)

CARACTERÍSTICAS:

  • Partido único;

  • Nacionalismo extremado;
  • Expansionismo,
  • Controle dos sindicatos;
  • Controle da educação

  • Controle dos meios de comunicação (censura e propaganda);

  • Uso da violência.


EXEMPLOS DE REGIMES TOTALITÁRIOS::

  • Fascismo – Itália;

  • Nazismo – Alemanha;

  • Salazarismo - Portugal;

  • Franquismo - Espanha.


CRISE DO CAPITALISMO (1929)


CONTEXTO:

American Way of life -> estilo de vida baseado no consumo desenfreado.

CRISE DE SUPERPRODUÇÃO

CAUSAS:

  • Recuperação dos países europeus;
  • Adoção do liberalismo econômico.

EFEITOS:

  • Queda dos preços;
  • Redução do ritmo de produção das indústrias;
  • Demissão de milhões de trabalhadores;

QUEBRA DA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE

  • No dia 29 de outubro de 1929 (sexta-feira negra), ocorreu uma queda vertiginosa dos valores das ações;
  • Inúmeras empresas e bancos norte-americanos faliram

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE

  • A crise abalou o mundo inteiro, inclusive o Brasil, onde ocorreu a crise da cafeicultura, resultando na queima de milhões de sacas de café.


NEW DEAL

  • Para solucionar a crise, o presidente Franklin Delano Roosevelt, adotou uma política econômica inspirada nas idéias de John Keynes, que defendia o intervencionismo estatal;
  • Os objetivos do New Deal eram: garantir pleno emprego aos trabalhadores e redistribuir os lucros para aumentar o poder aquisitivo, permitindo o crescimento do mercado consumidor.
  • As principais medidas adotadas foram:
- concessão de empréstimos aos industriais e banqueiros para pagamento de dívidas e reordenação da produção;
- realização de diversas obras públicas para criar postos de trabalho; fixação dos salários mínimos;
- limitação das jornadas de trabalho.
- criação do salário-desemprego;
- controle de preços.

REVOLUÇÃO RUSSA (1917)


IMPÉRIO RUSSO NA ÉPOCA DA REVOLUÇÃO
  • Monarquia absolutista (apoiada pelos latifundiários, pela Igreja Ortodoxa e pelos militares)
  • Economia essencialmente agrícola (80% da população vivia no campo)
  • Industrialização incipiente concentrada em Moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev (impulsionada por capitais estrangeiros)

ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO

  • Criação do Partido Operário Social-Democrata, inspirado no marxismo (1898)
  • Desarticulação do POSD (1898)
  • Divisão do POSD em Partido Bolchevique e Partido Menchevique (1903)
  • Partido Bolchevique (maioria) = revolução socialista (Lenin)
  • Partido Menchevique (minoria) = revolução burguesa, seguida de revolução socialista (Martov e Plekhanov)
  • Guerra Russo-japonesa (1904-1905)
  • Revoltas sociais (1905)
- Domingo Sangrento (1905) – 200 mil manifestantes que pediam pacificamente o fim da Guerra Russo-japonesa e melhores condições de vida e trabalho foram massacrados pelo czar;
- Encouraçado Potemkim (1905) – marinheiros se rebelaram e foram massacrados pelos czar;
- Protestos, greves e saques ocorreram em todo o país.

  • Surgimento dos primeiros sovietes (conselhos de trabalhadores)
  • Instalação da Monarquia Constitucional, através da criação da Duma
  • Controle das revoltas, dissolução dos sovietes e abandono das promessas liberais
  • Entrada do Império Russo na Primeira Guerra Mundial ao lado da Tríplice Entente (1914)

PROCESSO REVOLUCIONÁRIO

REVOLUÇÃO BRANCA (MARÇO A NOVEMBRO de 1917)

  • Instalação de Governo Provisório
  • Chefes: Príncipe Lvov – Alexander Kerensky
  • Principais medidas: redução da jornada de trabalho para oito horas; anistia política; garantia da liberdade de expressão e associação, manutenção da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial
  • Retorno de Lenin e publicação das Teses de Abril (“Todo o poder aos sovietes”) 
REVOLUÇÃO VERMELHA (NOVEMBRO de 1917 a 1918)

  • Os bolcheviques tomaram o poder
  • Instalação do Conselho dos Comissários do Povo
  • Chefe: Lenin
  • Principais medidas: assinatura do Tratado Brest-Litovsky com a Alemanha; confisco da propriedade; estatização da economia

GUERRA CIVIL (1918-1920)
  • Contra-revolução apoiada por Inglaterra, França, Estados Unidos, Canadá e Japão
  • Exército Branco X Exército Vermelho
  • Vitória Exército Vermelho (13 milhões de mortos)

NOVA POLÍTICA ECONÔMICA(1921)

  • Foram adotadas práticas capitalistas como: liberdade de comércio e de salários; criação de empresas privadas; e empréstimos de capitais estrangeiros. Ao Estado, cabia supervisionar a economia e controlar setores vitais como: indústrias de base, sistema bancário, comercio exterior e transportes.

FORMAÇÃO DA URSS (1922)

  • (Rússia, Ucrânia, Rússia Branca, Transcaucásia, Uzbequistão, Turcomenistão e Tadjiquistão)

DISPUTA PELA SUCESSÃO (1924)
  • Trotsky (revolução permanente) X Stalin (socialismo em um só país)

DITADURA STALINISTA
  • Planejamento econômico (planos qüinqüenais)
  • Desenvolvimento da indústria pesada
  • Mecanização da agricultura e coletivização do campo
  • Desenvolvimento da educação pública
  • Depurações stalinistas (morte de 500 mil e prisão e tortura de 5 milhões)

sábado, 15 de maio de 2010

DOM LUCIANO JOSÉ CABRAL DUARTE




Dom Luciano José Cabral Duarte é atualmente Arcebispo Emérito de Aracaju. Nomeado Arcebispo em 1971, governou a Arquidiocese de Aracaju até o mês de agosto de 1998. Anteriormente, em 1966, já fora designado Bispo Auxiliar do então Arcebispo de Aracaju, Dom José Vicente Távora. Nascido em 1925, cedo ordenou-se sacerdote, em 1948. Inteligência aguda e brilhante doutorou-se em Paris, pela Sorbonne, em 1957, obtendo grau máximo. Já fora então o primeiro diretor da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe. Criada a Universidade Federal de Sergipe, integrou o Conselho Diretor da Fundação UFS. Nomeado Conselheiro Federal de Educação, exerceu o mandato a partir de 1968, por mais dois períodos.
Em Aracaju, foi durante alguns anos diretor do Jornal "A Cruzada". Essa sua veia jornalística lhe permitiu ser escolhido pela revista "O Cruzeiro", juntamente com o Arcebispo Dom José Vicente Távora, para fazer a cobertura jornalística do Concílio Vaticano II. Não parou aí a atividade jornalística de Dom Luciano. Ela constitui a matéria principal de alguns livros publicados por ele: "Europa, Ver e Olhar" (1960); "Viagem aos Estados Unidos" (1962); "Índia a Vôo de Pássaro" (1970); "Estrada de Emaús" (1971); "A Igreja às Portas do Ano 2000" (1989). Em correspondência com a sua atividade de pesquisador e professor universitário, publicou artigos em revistas acadêmicas e transformou em livro a sua tese de doutoramento "La Nature de l’Intelligence dans le Thomisme et dans la Philosophie de Hume".

Fonte: IDLD. Biografia. Disponível em:
http://www.institutodomlucianoduarte.com.br/patrono/index.htm. Acessado em: 28/08/2008.

PROPOSTA DE PAZ: "14 PONTOS DE WILSON"



Em mensagem enviada ao Congresso norte-americano, em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson apresentou sua proposta de paz que previa:

1) "acordos públicos, negociados publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta;
2) liberdade dos mares;
3) eliminação das barriras econômicas entre as nações;
4) limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a segurança";
5) ajuste imparcial das pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas;
6) evacuação da Rússia;
7) restauração da independência da Bélgica;
8) restituição da Alsácia e da Lorena à França;
9) reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente reconhecíveis";
10) desenvolvimento autônomo dos povos do Império Austro-húngaro;
11) restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para Sérvia;
12) desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente";
13) uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e
14) uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas entre os países. 

Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a idéia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções norte-americanas.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

RAZÕES:

  • Disputa por territórios e mercados (Disputa entre França e Alemanha pela partilha do Marrocos);
  • Surgimento de movimentos nacionalistas (pan-eslavismo; pangermanismo; revanchismo francês).
ANTECEDENTES:

  • Corrida armamentista;
  • Formação de Alianças (Tríplice Aliança – Alemanha, Áustria e Itália; Tríplice Entente – Inglaterra, França e Rússia).

ESTOPIM:
  • Anexação da Bósnia-Herzegovina pela Áustria.

FASES:
  • Primeira fase (1914-1915) – guerra de movimento;
  • Segunda fase (1915-1917) – guerra de trincheiras;
  • Terceira fase (1917-1918) – guerra de movimento; entrada de vários países na guerra, entre os quais, Brasil e EUA e a saída da Rússia.

CONSEQUÊNCIAS:
  • Crise econômica nos países envolvidos;
  • Inserção das mulheres no mercado de trabalho;
  • Clima de desolação e desesperança;
  • Ascensão dos Estados Unidos.

PROPOSTAS DE PAZ:
  • 14 pontos de Wilson (paz sem vencedores nem vencidos);
  • Tratado de Versalhes (humilhação da Alemanha).

LIGA DAS NAÇÕES:
  • Seu objetivo era servir como mediadora dos conflitos internacionais;
  • Os Estados Unidos retiraram-se da Liga das Nações;
  • A participação da União Soviética foi vedada.