domingo, 16 de maio de 2010

HISTÓRIA DO AMOR NO BRASIL - MARY DEL PRIORE



Mary Del Priore: a miscigenação brasileira influiu na maneira de dizer o amor

Mary del Priore é uma conhecida historiadora brasileira, ex-professora da USP e da PUC-RJ, e tem se dedicado à história do amor. De suas pesquisas resultou o trabalho História do amor no Brasil, publicado pela editora Contexto. Também escreveu uma História das crianças no Brasil e uma História das mulheres no Brasil (ambos, pela Contexto), tendo recebido, por essa última obra, o Prêmio Jabuti. Apresentando uma reflexão rica e fartamente documentada, Del Priore toma a sério a reflexão sobre o imperativo do amor, que, “como outros imperativos – comer, por exemplo –, está inscrito em nossa natureza mais profunda”. A obra percorre o Brasil Colônia, o século XIX e o século XX, mostrando como a concepção romântica de amor – idealizadora do encontro entre duas pessoas – é inteiramente recente, apesar de uma ênfase erótica explícita já em formas literárias medievais, renascentistas e modernas. Como conclusão, Mary del Priore assume posições muito instigantes, em defesa, por exemplo, de uma concepção tradicional de amor, diagnosticando a angústia da juventude diante da liberdade sexual e denunciando uma ditadura moderna do gozo. Gentilmente, ela concedeu uma entrevista à CULT, cujas respostas mais significativas para o dossiê deste mês apresentamos aqui.

CULT: Apesar do caráter recente da visão romântica do amor, a senhora aponta para a exploração do erotismo na literatura francesa do século XVI. Mas Portugal, desse ponto de vista, teria vivido um atraso, associando, ainda, prazer e pecado. Em que consistiu esse atraso?

MARY DEL PRIORE: Teorias que consideravam o desejo sexual uma doença estão presentes em vários textos médicos portugueses desde o começo do século XVI. Havia quem dissesse, como o escritor João de Barros, em 1540, que o sentimento apaixonado “abreviava a vida do homem”, minguando ou secando os mebros do enamorado. Que doenças decorriam da paixão: ciática, dores de cabeça, problemas de estômago ou dos olhos. A relação sexual, por sua vez, emburrecia, além de abreviar a vida. Ele concluía: só os “castos vivem muito”. Os portugueses também estiveram cara a cara com uma ars erotica que usava e abusava de afrodisíacos. Dela, contudo, só levaram para Portugal a possibilidade de ver em tudo pecado ou doença! O contato imediato dos lusos com as Índias Orientais colocou-os em contato com perfumes vindos tanto da China quanto do subcontinente asiático, e com afrodisíacos largamente utilizados naquela parte do mundo: a cannabis sativa, bangue, maconha ou ópio. Esse era usado como excitante sexual capaz de duas funções: agilizar a “virtude imaginativa” e retardar a “virtude expulsiva”, ou seja, controlar o orgasmo e a ejaculação. No século XVIII, a idéia de que o amor é uma doença não faz os afrodisíacos desapar dos manuais de remédios, mas se recomendam, cada vez mais, os anafrodisíacos. Definindo-os como “aqueles remédios que ou moderam os ardores venéreos ou mesmo os extinguem”. É o caso do agnus castus, ou agnocasto, a mais eficaz das plantas antieróticas. Existiam várias outras substâncias com a mesma reputação de esfriar ou anular o desejo sexual, como a cânfora, por exemplo.
CULT: O Brasil seria um herdeiro do atraso português?

MARY DEL PRIORE: O Brasil herdou costumes que vieram da Europa, de Portugal, da Igreja e de outras instituições. Mas não foi uma simples transferência. Houve adaptações. A miscigenação proporcionou, por exemplo, um repertório linguistico que influiu na maneira de dizer o amor. Uma viajante francesa, Adéle Toussaint-Samson, no século XIX, sintetizou: “A língua brasileira, com todos os seus diminutivos em -zinha, -zinhos, tem uma graça toda crioula, e jamais a ouço sem descobrir um grande encanto; é o português com sua entonação nasal modificada. Todas as suas denguices lhe caem bem e dão à língua brasileira um não-sei-quê que seduz mais ao ouvido do que a língua de Camões”. Outro exemplo vemos no Romantismo, momento de eclosão da poesia afro-brasileira. Nela, homens como Laurindo José da Silva Rabelo faziam versos os mais apaixonados. Em Suspiros e saudades, ele canta a interpretação romântica de sua dor, mas uma dor mestiça, feita de saudades à moda portuguesa. Já em Cruz e Souza, a busca subjetiva da cor branca é o tema de toda a obra poética. Quando o poeta ama, o objeto desse amor é a “mulher, ‘da cor nupcial da flor de laranjeira’, e loura, ‘com doces tons de ouro’”. Para Tobias Barreto, o amor era um sentimento unificador: andava por onde quisesse não se detendo nas barreiras do preconceito de cor.
CULT: Seria possível resumir em etapas mais ou menos homogêneas a cronologia do amor no Brasil? Como?

MARY DEL PRIORE: Não há etapas homogêneas em história, mas momentos de mudanças e permanências coexistentes. Por exemplo, o século XIX introduziu a ideia do amor romântico. As pessoas começam a ler romances onde heróis e heroínas buscam um casamento por amor e um final feliz para suas histórias. Isso era novo. Ao mesmo tempo, nas elites, o casamento arranjado com parentes ou amigos era uma constante. Isso era arcaico. As fórmulas coexistiam. Daí começarem os raptos de noivas que se recusavam a casar com candidatos impostos pela família, preferindo fugir com os escolhidos do coração. É como se tivéssemos passado de um período em que o amor fosse uma representação ideal e inatingível (a Idade Média), para outra em que vai se tentar, timidamente, associar espírito e matéria (o Renascimento). Depois, para outro, em que a Igreja e a Medicina tudo fazem para separar paixão e amizade, alocando uma fora, outra dentro do casamento (a Idade Moderna). Desse período, passamos ao Romantismo do século XIX, que associa amor e morte, terminando com as revoluções contemporâneas, momento no qual o sexo tornou-se uma questão de higiene, e o amor parece ter voltado à condição de ideal nunca encontrado.
CULT: Na abertura de seu livro, a senhora subscreve as palavras de Luís Felipe Ribeiro: no passado, as pessoas “não davam”, mas se davam; hoje, elas “dão”, mas não se dão. Na conclusão, a senhora afirma que a liberdade amorosa – típica de nosso tempo – tem contrapartidas: a responsabilidade e a solidão. E termina apontando para um lado positivo da tradição, pois esta, defendendo a família e a procriação, seria uma fonte de profunda emoção. Gostaríamos de ouvi-la um pouco mais sobre a vivência do amor no mundo contemporâneo.

MARY DEL PRIORE: Considerando as transformações pelas quais passou a sociedade brasileira, poderíamos avançar o seguinte: aquilo a que se assistiu, ao longo dos tempos, foi uma longa evolução que levou da proibição do prazer ao direito ao prazer. Fomos dos manuais de confessor, que tudo interditavam, aos casamentos arranjados, policiados, acompanhados passo a passo por familiares zelosos. E desses ao impacto das revoluções, que, ao final dos anos 60, exportaram mundo afora lemas do tipo “Ereção, insurreição” ou “Amai-vos uns sobre os outros”, sem contar o movimento hippie, com o lema “Paz e Amor”. Desde então, o amor e o prazer se tornaram obrigatórios. O interdito se inverteu. Impôs-se a ditadura do orgasmo forçado. O erotismo entrou no território da proeza e o prazer tão longamente reprimido tornou-se prioridade absoluta, quase que esmagando o casamento e o sentimento. Passou-se do afrodisíaco à base de plantas para o sexo com receita médica, graças ao Viagra. Passou-se da dominação patriarcal à liberação da mulher.
Entre nós, durante mais de quinhentos anos, os casamentos não se faziam de acordo com a atração sexual recíproca. Eles mais se realizavam por interesses econômicos ou familiares. Entre os mais pobres, o matrimônio ou a ligação consensual era uma forma de organizar o trabalho agrário. Não há dúvidas de que o trabalho incessante e árduo não deixasse muito espaço para a paixão sexual. Sabe-se que entre casais, as formas de afeição física tradicional – beijos e carícias – eram raridade. Para os homens, contudo, as chances de manter ligações extra-conjugais, eram muitas. O resultado dessa longa caminhada? Especialistas afirmam que hoje queremos tudo ao mesmo tempo: o amor, a segurança, a fidelidade absoluta, a monogamia e as vertigens da liberdade. Fundado exclusivamente no sentimento que sobrou do amor romântico, o sentimento mais frágil que existe, o casal está condenado à brevidade, à crise. Mais. A liberdade sexual é um fardo para os mais jovens. Muitos deles têm nostalgia da velha linguagem do amor, feita de prudência, sabedoria e melancolia, tal como viveram seus avós. Hoje, a loucura é desejar um amor permanente, com toda a intensidade, sem nuvens ou tempestades. Numa sociedade de consumo, o amor está supervalorizado.
O sexo tornou-se uma nova teologia. Só se fala nisso e se fala mal, com vulgaridade. Sabemos, depois de tudo, que o amor não é ideal, que ele traz consigo a dependência, a rejeição, a servidão, o sacrifício e a transfiguração.  Resumindo: existe um grande contraste entre o discurso sobre o amor e a realidade de vida dos amantes. O resultado? Escreve-se cada vez mais sobre a banalização da sexualidade e o desencantamento dos corações, enquanto o amor segue uma coisa sutil e importante que continua a fazer sonhar, e muito, muitos homens e mulheres.



[Referência eletrônica: PRIORE, Mary del. História do Amor no Brasil. Entrevista concedida a Revista Cult. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/05/historia-do-amor-no-brasil/. Acesso em: 16/05/2010.]


REGIMES TOTALITÁRIOS



CONCEITO:



  • Totalitarismo - regime político no qual o Estado exerce controle sobre a vida pública e privada.



RAZÕES QUE POSSIBILITARAM O SURGIMENTO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS:
  • Crise das democracias liberais

(No pós-guerra os países europeus estavam arrasados e tinham a tarefa de se reorganizar e pagar dívidas, principalmente para os Estados Unidos. A experiência da década de 20 mostrou que as democracias liberais estavam com dificuldade para enfrentar os grandes problemas do capitalismo. Com isso, as elites européias – industriais, banqueiros, grandes comerciantes - mostraram-se favoráveis à formação de governos fortes e autoritários capazes de solucionar os problemas socioeconômicos da época)
  • Avanço do socialismo.

(Durante a Primeira Guerra Mundial emergiu na Rússia o socialismo, sistema político que prometia o fim das desigualdades sociais. Após o término do conflito mundial, devido à crise socioeconômica, os movimentos operários se fortaleceram e provocavam o temor das elites européias que apostavam nos governos autoritários como saída para deter o avanço do socialismo.)

CARACTERÍSTICAS:

  • Partido único;

  • Nacionalismo extremado;
  • Expansionismo,
  • Controle dos sindicatos;
  • Controle da educação

  • Controle dos meios de comunicação (censura e propaganda);

  • Uso da violência.


EXEMPLOS DE REGIMES TOTALITÁRIOS::

  • Fascismo – Itália;

  • Nazismo – Alemanha;

  • Salazarismo - Portugal;

  • Franquismo - Espanha.


CRISE DO CAPITALISMO (1929)


CONTEXTO:

American Way of life -> estilo de vida baseado no consumo desenfreado.

CRISE DE SUPERPRODUÇÃO

CAUSAS:

  • Recuperação dos países europeus;
  • Adoção do liberalismo econômico.

EFEITOS:

  • Queda dos preços;
  • Redução do ritmo de produção das indústrias;
  • Demissão de milhões de trabalhadores;

QUEBRA DA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE

  • No dia 29 de outubro de 1929 (sexta-feira negra), ocorreu uma queda vertiginosa dos valores das ações;
  • Inúmeras empresas e bancos norte-americanos faliram

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE

  • A crise abalou o mundo inteiro, inclusive o Brasil, onde ocorreu a crise da cafeicultura, resultando na queima de milhões de sacas de café.


NEW DEAL

  • Para solucionar a crise, o presidente Franklin Delano Roosevelt, adotou uma política econômica inspirada nas idéias de John Keynes, que defendia o intervencionismo estatal;
  • Os objetivos do New Deal eram: garantir pleno emprego aos trabalhadores e redistribuir os lucros para aumentar o poder aquisitivo, permitindo o crescimento do mercado consumidor.
  • As principais medidas adotadas foram:
- concessão de empréstimos aos industriais e banqueiros para pagamento de dívidas e reordenação da produção;
- realização de diversas obras públicas para criar postos de trabalho; fixação dos salários mínimos;
- limitação das jornadas de trabalho.
- criação do salário-desemprego;
- controle de preços.

REVOLUÇÃO RUSSA (1917)


IMPÉRIO RUSSO NA ÉPOCA DA REVOLUÇÃO
  • Monarquia absolutista (apoiada pelos latifundiários, pela Igreja Ortodoxa e pelos militares)
  • Economia essencialmente agrícola (80% da população vivia no campo)
  • Industrialização incipiente concentrada em Moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev (impulsionada por capitais estrangeiros)

ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO

  • Criação do Partido Operário Social-Democrata, inspirado no marxismo (1898)
  • Desarticulação do POSD (1898)
  • Divisão do POSD em Partido Bolchevique e Partido Menchevique (1903)
  • Partido Bolchevique (maioria) = revolução socialista (Lenin)
  • Partido Menchevique (minoria) = revolução burguesa, seguida de revolução socialista (Martov e Plekhanov)
  • Guerra Russo-japonesa (1904-1905)
  • Revoltas sociais (1905)
- Domingo Sangrento (1905) – 200 mil manifestantes que pediam pacificamente o fim da Guerra Russo-japonesa e melhores condições de vida e trabalho foram massacrados pelo czar;
- Encouraçado Potemkim (1905) – marinheiros se rebelaram e foram massacrados pelos czar;
- Protestos, greves e saques ocorreram em todo o país.

  • Surgimento dos primeiros sovietes (conselhos de trabalhadores)
  • Instalação da Monarquia Constitucional, através da criação da Duma
  • Controle das revoltas, dissolução dos sovietes e abandono das promessas liberais
  • Entrada do Império Russo na Primeira Guerra Mundial ao lado da Tríplice Entente (1914)

PROCESSO REVOLUCIONÁRIO

REVOLUÇÃO BRANCA (MARÇO A NOVEMBRO de 1917)

  • Instalação de Governo Provisório
  • Chefes: Príncipe Lvov – Alexander Kerensky
  • Principais medidas: redução da jornada de trabalho para oito horas; anistia política; garantia da liberdade de expressão e associação, manutenção da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial
  • Retorno de Lenin e publicação das Teses de Abril (“Todo o poder aos sovietes”) 
REVOLUÇÃO VERMELHA (NOVEMBRO de 1917 a 1918)

  • Os bolcheviques tomaram o poder
  • Instalação do Conselho dos Comissários do Povo
  • Chefe: Lenin
  • Principais medidas: assinatura do Tratado Brest-Litovsky com a Alemanha; confisco da propriedade; estatização da economia

GUERRA CIVIL (1918-1920)
  • Contra-revolução apoiada por Inglaterra, França, Estados Unidos, Canadá e Japão
  • Exército Branco X Exército Vermelho
  • Vitória Exército Vermelho (13 milhões de mortos)

NOVA POLÍTICA ECONÔMICA(1921)

  • Foram adotadas práticas capitalistas como: liberdade de comércio e de salários; criação de empresas privadas; e empréstimos de capitais estrangeiros. Ao Estado, cabia supervisionar a economia e controlar setores vitais como: indústrias de base, sistema bancário, comercio exterior e transportes.

FORMAÇÃO DA URSS (1922)

  • (Rússia, Ucrânia, Rússia Branca, Transcaucásia, Uzbequistão, Turcomenistão e Tadjiquistão)

DISPUTA PELA SUCESSÃO (1924)
  • Trotsky (revolução permanente) X Stalin (socialismo em um só país)

DITADURA STALINISTA
  • Planejamento econômico (planos qüinqüenais)
  • Desenvolvimento da indústria pesada
  • Mecanização da agricultura e coletivização do campo
  • Desenvolvimento da educação pública
  • Depurações stalinistas (morte de 500 mil e prisão e tortura de 5 milhões)

sábado, 15 de maio de 2010

DOM LUCIANO JOSÉ CABRAL DUARTE




Dom Luciano José Cabral Duarte é atualmente Arcebispo Emérito de Aracaju. Nomeado Arcebispo em 1971, governou a Arquidiocese de Aracaju até o mês de agosto de 1998. Anteriormente, em 1966, já fora designado Bispo Auxiliar do então Arcebispo de Aracaju, Dom José Vicente Távora. Nascido em 1925, cedo ordenou-se sacerdote, em 1948. Inteligência aguda e brilhante doutorou-se em Paris, pela Sorbonne, em 1957, obtendo grau máximo. Já fora então o primeiro diretor da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe. Criada a Universidade Federal de Sergipe, integrou o Conselho Diretor da Fundação UFS. Nomeado Conselheiro Federal de Educação, exerceu o mandato a partir de 1968, por mais dois períodos.
Em Aracaju, foi durante alguns anos diretor do Jornal "A Cruzada". Essa sua veia jornalística lhe permitiu ser escolhido pela revista "O Cruzeiro", juntamente com o Arcebispo Dom José Vicente Távora, para fazer a cobertura jornalística do Concílio Vaticano II. Não parou aí a atividade jornalística de Dom Luciano. Ela constitui a matéria principal de alguns livros publicados por ele: "Europa, Ver e Olhar" (1960); "Viagem aos Estados Unidos" (1962); "Índia a Vôo de Pássaro" (1970); "Estrada de Emaús" (1971); "A Igreja às Portas do Ano 2000" (1989). Em correspondência com a sua atividade de pesquisador e professor universitário, publicou artigos em revistas acadêmicas e transformou em livro a sua tese de doutoramento "La Nature de l’Intelligence dans le Thomisme et dans la Philosophie de Hume".

Fonte: IDLD. Biografia. Disponível em:
http://www.institutodomlucianoduarte.com.br/patrono/index.htm. Acessado em: 28/08/2008.

PROPOSTA DE PAZ: "14 PONTOS DE WILSON"



Em mensagem enviada ao Congresso norte-americano, em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson apresentou sua proposta de paz que previa:

1) "acordos públicos, negociados publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta;
2) liberdade dos mares;
3) eliminação das barriras econômicas entre as nações;
4) limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a segurança";
5) ajuste imparcial das pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas;
6) evacuação da Rússia;
7) restauração da independência da Bélgica;
8) restituição da Alsácia e da Lorena à França;
9) reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente reconhecíveis";
10) desenvolvimento autônomo dos povos do Império Austro-húngaro;
11) restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para Sérvia;
12) desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente";
13) uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e
14) uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas entre os países. 

Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a idéia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções norte-americanas.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

RAZÕES:

  • Disputa por territórios e mercados (Disputa entre França e Alemanha pela partilha do Marrocos);
  • Surgimento de movimentos nacionalistas (pan-eslavismo; pangermanismo; revanchismo francês).
ANTECEDENTES:

  • Corrida armamentista;
  • Formação de Alianças (Tríplice Aliança – Alemanha, Áustria e Itália; Tríplice Entente – Inglaterra, França e Rússia).

ESTOPIM:
  • Anexação da Bósnia-Herzegovina pela Áustria.

FASES:
  • Primeira fase (1914-1915) – guerra de movimento;
  • Segunda fase (1915-1917) – guerra de trincheiras;
  • Terceira fase (1917-1918) – guerra de movimento; entrada de vários países na guerra, entre os quais, Brasil e EUA e a saída da Rússia.

CONSEQUÊNCIAS:
  • Crise econômica nos países envolvidos;
  • Inserção das mulheres no mercado de trabalho;
  • Clima de desolação e desesperança;
  • Ascensão dos Estados Unidos.

PROPOSTAS DE PAZ:
  • 14 pontos de Wilson (paz sem vencedores nem vencidos);
  • Tratado de Versalhes (humilhação da Alemanha).

LIGA DAS NAÇÕES:
  • Seu objetivo era servir como mediadora dos conflitos internacionais;
  • Os Estados Unidos retiraram-se da Liga das Nações;
  • A participação da União Soviética foi vedada.

sábado, 1 de maio de 2010

REPÚBLICA VELHA - PARTE I - BORIS FAUSTO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - ATIVIDADE

1) Leia a charge e responda as questões:


a) Explique como os capitalistas conseguem obter lucro.
b) Aponte como é possível superar ou amenizar a exploração da classe trabalhadora.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - ATIVIDADE

1) Leia atentamente a letra da música e responda a questão:

CIDADÃO

Compositor: Lúcio Barbosa
Intérprete: Zé Ramalho

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado:
“Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente:
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...
Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar


a) Explique através da análise dessa música como a Revolução Industrial provocou a alienação do trabalhador.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - ATIVIDADE

1) O economista escocês Adam Smith descreveu a divisão do trabalho estabelecida pela Revolução Industrial. Leia o texto e responda as questões:



A Divisão do Trabalho



"Tomemos, pois, um exemplo, tirado de uma manufatura muito pequena, mas na qual a divisão do trabalho muitas vezes tem sido notada: a fabricação de alfinetes. Um operário não treinado para essa atividade (que a divisão do trabalho transformou em uma indústria específica) nem familiarizado com a utilização das máquinas ali empregadas (cuja invenção provavelmente também se deveu à mesma divisão do trabalho), dificilmente poderia talvez fabricar um único alfinete em um dia, empenhando o máximo de trabalho; de qualquer forma, certamente não conseguirá fabricar vinte.

Entretanto, da forma como essa atividade é hoje executada, não somente o trabalho todo constitui uma indústria específica, mas ele está dividido em uma série de setores, dos quais, por sua vez, a maior parte também constitui provavelmente um oficio especial. Um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes; montar a cabeça já é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes também constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente 18 operações distintas, as quais, em algumas manufaturas são executadas por pessoas diferentes, ao passo que, em outras, o mesmo operário às vezes executa 2 ou 3 delas.

Vi uma pequena manufatura desse tipo, com apenas 10 empregados, e na qual alguns desses executavam 2 ou 8 operações diferentes. Mas, embora não fossem muito hábeis, e portanto não estivessem particularmente treinados para o uso das máquinas, conseguiam, quando se esforçavam, fabricar em torno de 12 libras de alfinetes por dia. Ora, 1 libra contém mais do que 4 mil alfinetes de tamanho médio. Por conseguinte, essas 10 pessoas conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil alfinetes por dia. Assim, já que cada pessoa conseguia fazer 1110 de 48 mil alfinetes por dia, pode-se considerar que cada uma produzia 4 800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado para esse ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e talvez nem mesmo 1, ou seja: com certeza não conseguiria produzir a 240ª parte, e talvez nem mesmo a 4 800ª parte daquilo que hoje são capazes de produzir, em virtude de uma adequada divisão do trabalho e combinação de suas diferentes operações.

Em qualquer outro oficio e manufatura, os efeitos da divisão do trabalho são semelhantes aos que se verificam nessa fábrica insignificante embora em muitas delas o trabalho não possa ser tão subdividido, nem reduzido a uma simplicidade tão grande de operações. A divisão do trabalho, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada oficio, um aumento proporcional das forças produtivas do trabalho. A diferenciação das ocupações e empregos parece haver-se efetuado em decorrência dessa vantagem. Essa diferenciação, aliás, geralmente atinge o máximo nos países que se caracterizam pelo mais alto grau da evolução, no tocante ao trabalho e aprimoramento; o que, em uma sociedade em estágio primitivo, é o trabalho de uma única pessoa, é o de várias em uma sociedade mais evoluída".


[SMITH, Adam. A Divisão do Trabalho. In: ______. A Riqueza das Nações. São Paulo: Nova Cultural, 1996. v. I, p. 64-65]


a) Sintetize a visão de Adam Smith sobre a divisão do trabalho.


b) Aponte os aspectos positivos e negativos da introdução da divisão do trabalho.

DEPOIMENTOS SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Os primeiros dias de setembro foram muito quentes. Os jornais noticiavam que homens e cavalos caiam mortos nos campos de produção agrícola. Ainda assim a temperatura nunca passava de 29°C durante a parte mais quente do dia. Qual era então a situação das pobres crianças que estavam condenadas a trabalhar quatorze horas por dia, em uma temperatura média de 28°C? Pode algum homem, com um coração em seu peito, e uma língua em sua boca, não se habilitar a amaldiçoar um sistema que produz tamanha escravidão e crueldade? (William Cobbett, 1824)

Eu tenho conhecimento de mais acidentes no início do dia do que no final. Eu fui, inclusive, testemunha de um deles. Uma criança estava trabalhando a lã, isso é, preparando a lã para a maquina; Mas a alça o prendeu, como ele foi pego de surpresa, acabou sendo levado para dentro do mecanismo; e nós encontramos de seus membros em um lugar, outro acolá, e ele foi cortado em pedaços; todo o seu corpo foi mandado para dentro e foi totalmente mutilado. (John Allett, 1859)

Eu tive freqüentes oportunidades de ver pessoas saindo das fábricas e ocasionalmente as atendi como pacientes. No último verão eu visitei três fábricas de algodão com o Dr. Clough, da cidade de Preston, e com o Sr. Barker, de Manchester e nós não pudemos ficar mais do que dez minutos na fábrica sem arfar (ficar sem ar) para respirar. Como é possível para aquelas pessoas que ficam lá por doze ou quinze horas agüentar essa situação? Se levarmos em conta a alta temperatura e também a contaminação do ar; é alguma coisa que me surpreende: como os trabalhadores agüentam o confinamento por tanto tempo. (Dr. Ward, 1919)

Nosso período regular de trabalho ia das cinco da manhã até as nove ou dez da noite. No sábado, até as onze, às vezes meia-noite, e então éramos mandados para a limpeza das máquinas no domingo. Não havia tempo disponível para o café da manhã e não se podia sentar para o jantar ou qualquer tempo disponível para o chá da tarde. Nós íamos para o moinho às cinco da manhã e trabalhávamos até as oito ou nove horas quando vinha o nosso café, que consistia de flocos de aveia com água, acompanhado de cebolas e bolo de aveia tudo amontoado em duas vasilhas. Acompanhando o bolo de aveia vinha o leite. Bebíamos e comíamos com as mãos e depois voltávamos para o trabalho sem que pudéssemos nem ao menos nos sentar para a refeição. (John Birley, 1849)

Na primavera de 1840, eu comecei a sentir dores no meu pulso direito, essa dor vinha da fraqueza geral de minhas juntas, o que vinha acontecendo desde minha entrada na fábrica. A sensação de dor só aumentava. O pulso chegava a inchar muito chegando a medir até 12 polegadas ao mesmo tempo em que meu corpo não era mais do que ossos. Eu entrei no hospital St. Thomas no dia 18 de julho para operar. A mão foi extraída um pouco abaixo do cotovelo. A dissecação fez com que os ossos do antebraço passassem a ter uma curiosa aparência – algo como uma colméia vazia – com o mel tendo desaparecido totalmente. (William Dodd,1841)

Quando eu tinha sete anos de idade fui trabalhar na fábrica do Sr. Marshall em Shrewsbury. Se uma criança se mostrasse sonolenta o responsável pelo turno a chamava e dizia, “venha aqui”. Num canto da sala havia uma cisterna de ferro cheia de água. Ele pegava a criança pelas pernas e a mergulhava na cisterna para depois mandá-la de volta ao trabalho. (Jonathan Downe,1832)

Eu trabalhava das cinco da manhã até as nove da noite. Eu vivia a duas milhas do moinho. Nós não tínhamos relógio. Se eu chegasse atrasado ao moinho eu seria punido com descontos em meu pagamento. Eu quero dizer com isso que se chegasse quinze minutos atrasado, meia hora de meu pagamento seria retirado. Eu só ganhava um penny por hora, e eles iriam tirar metade disso. (Elizabeth Bentley, 1832)

A tarefa que inicialmente foi dada a Robert Blincoe era a de pegar o algodão que caía no chão. Aparentemente nada poderia ser mais fácil... Mesmo assim ele ficava apavorado pelo movimento das máquinas e pelo barulho dos motores. Ele também não gostava da poeira e do cano que soltava fumaça, pois acabava se sentindo sufocado. Ele logo ficou doente e em virtude disso constantemente parava de trabalhar porque suas costas doíam. Isso motivou Blincoe a se sentar; mas essa atitude, ele logo descobriu, era proibida nos moinhos. (John Brown)


[Depoimentos sobre as condições de trabalho na Revolução Industrial. Disponível em: http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/Textiles.htm. Acesso em: 12/10/2009.]

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

  • Conceito - conjunto de transformações ocorridas na Europa, a partir do século XVIII, que possibilitou a transição da produção artesanal para a produção maquinofatureira e foi responsável pela passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial.


  • Formas de transformação de matérias-primas em mercadorias


Produção artesanal

O trabalhador produzia em casa. Era dono das matérias primas e dos instrumentos de trabalho. Produzia de acordo com o próprio ritmo e controlava todas as fases da produção.



Produção manufatureira

O trabalhador produzia na oficina sob a coordenação de um gerente de produção. As matérias-primas e os instrumentos pertenciam ao capitalista. O trabalhador possuía apenas sua força de trabalho que vendia em troca de um salário. Seguia o ritmo ditado pelo capitalista. Não tinha o domínio de todas as fases de produção devido à introdução da divisão do trabalho.


Produção maquinofatureira

O trabalhador produzia nas fábricas sob a coordenação de um gerente. As matérias-primas e os instrumentos pertenciam ao dono da fábrica. Seguia o ritmo ditado pelo capitalista. Não tinha o domínio de todas as fases de produção devido à introdução da divisão do trabalho. Além disso, as máquinas substituíram o trabalho de muitos operários.

  • Fatores que possibilitaram o pioneirismo da Inglaterra:


- Revolução Gloriosa – A burguesia e a gentry assumiram o controle político do país e criaram medidas visando o desenvolvimento do capitalismo (constituição de zona de livre comércio e de um sólido sistema financeiro);


- Cercamentos e Modernização dos processos de produção e colheita – A usurpação das terras dos pequenos proprietários pelos grandes proprietários e o aumento da produtividade provocou o êxodo rural;


- Êxodo rural – Os trabalhadores do campo migraram para as cidades em busca de trabalho nas fábricas que estavam surgindo;


- Crescimento populacional – O desenvolvimento da Medicina ajudou a diminuir a taxa de mortalidade e aumentar a taxa de natalidade, aumentando a oferta de mão-de-obra para as indústrias;


- Abundância de fontes de energia – As jazidas de carvão supriram as necessidades energéticas das fábricas;


- Posição geográfica – O fato de a Inglaterra ser uma ilha situada à margem da Europa Ocidental facilitou o acesso ao comércio ultramarino.

FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


PRIMEIRA ETAPA

(1760-1860)

SEGUNDA ETAPA

(1860-1900)

TERCEIRA ETAPA

(Séculos XX e XXI)

LOCAL

Inglaterra

Europa Ocidental e Oriental, Estados Unidos e Japão

Todos os países

CARACTE-RÍSTICAS

Desenvolvimento das indústrias têxteis com a utilização do tear mecânico;

Aperfeiçoamento das máquinas a vapor.

Desenvolvimento das indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímicas, automobilísticas;

Aproveitamento da energia elétrica dos combustíveis petrolíferos.

Desenvolvimento da energia nuclear, do microcomputador, da microeletrônica, da robótica e da engenharia genética;


  • Consequências da Revolução Inglesa:

Urbanização – Houve um grande desenvolvimento urbano marcado pela profunda desigualdade social. Os burgueses habitavam bairros elegantes com avenidas largas. Os trabalhadores moravam em bairros com péssimas condições sanitárias.


Melhoria do transporte e da comunicação – Esses setores foram amplamente desenvolvidos para facilitar a circulação das mercadorias (barco a vapor, locomotiva, avião, telégrafo, telefone).


Ressignificação da palavra trabalho – O trabalho que significava o castigo divino pelo pecado original, implicando dor e humilhação, passou a designar uma condição básica para a salvação, que poderia propiciar riqueza e dignidade.


Alienação do trabalhador – O trabalhador tornou-se alienado, ou seja, perdeu o controle sobre a natureza o produto do seu trabalho.


Massificação do gosto – A produção em série padronizou o gosto dos consumidores.


Exploração do trabalhador – Homens, mulheres e crianças realizavam suas atividades em condições precárias. As jornadas de trabalho variavam entre 15 e 18 horas. Os salários eram baixos. Acidentes de trabalho e punições eram frequentes.



Resistência operária – A exploração levou à organização da classe trabalhadora na Inglaterra.


Ludismo - Os trabalhadores consideravam que a introdução das máquinas no processo produtivo foi responsável pela situação de exploração em que se encontravam e promoveram a destruição das máquinas em várias fábricas.


Trade unions – Os trabalhadores criaram associações de auxílio mútuo, que tinham por objetivo criar fundos de reserva a ser utilizados nos momentos de necessidade.


Sindicalismo – Os trabalhadores formaram sindicatos, entidades trabalhistas destinadas a lutar pelos direitos dos operários.


Cartismo – Os trabalhadores reuniram suas reivindicações no documento Carta do Povo, que conquistou importantes avanços. O Parlamento inglês limitou a jornada de trabalho dos adultos em 10 horas e das crianças em 8 horas e proibiu o trabalho de mulheres e crianças nas minas de carvão.

Canção ludista

Brave ludits we are, for the breaking we come!
God save Ned Ludd!
Machines to hell, we want our dignity!

Breaking is good, join us and save Europe!
Break! Break! Break or die working!
Monsters of industrialism, we want you broken!
Machines to the ground!
Crash! Crash! Bang! Bang! The sound of freedom these are!
Break one, break two, break three, break all! All!

Tradução

Nós somos bravos ludistas, para a quebra nós vamos!
Deus salve o Ned Ludd!
Máquinas para o inferno, queremos a nossa dignidade!
Quebrar é bom, vamos nos juntar e salvar a Europa!
Quebrar! Quebrar! Quebrar ou morte dos trabalhadores!
Monstros do industrialismo, nós queremos vocês quebrados!
Máquinas para o chão!
Bater! Bater! Bater! Bater! Os sons da liberdade são esses!
Quebrar uma, quebrar duas, quebrar três, quebrar tudo. Tudo!

  • Teorias que orientaram o movimento operário:

Socialismo utópico – Os socialistas utópicos ou reformistas acreditavam que era possível reformar a sociedade através da aliança com a burguesia.
Representantes: Robert Owen, Saint-Simon, Louis Blanc e Charles Fourier.

Socialismo científico – Os socialistas científicos ou revolucionários acreditavam que a transformação da sociedade só era possível através da revolução proletária.
Representantes: Karl Marx e Friedrich Engels.

Anarquismo – Os anarquistas acreditavam que a mudança da sociedade só seria possível com a instauração de uma sociedade desprovida de Estado e constituída por pequenas comunidades autônomas.
Representantes: Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin.