sábado, 1 de maio de 2010

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

  • Conceito - conjunto de transformações ocorridas na Europa, a partir do século XVIII, que possibilitou a transição da produção artesanal para a produção maquinofatureira e foi responsável pela passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial.


  • Formas de transformação de matérias-primas em mercadorias


Produção artesanal

O trabalhador produzia em casa. Era dono das matérias primas e dos instrumentos de trabalho. Produzia de acordo com o próprio ritmo e controlava todas as fases da produção.



Produção manufatureira

O trabalhador produzia na oficina sob a coordenação de um gerente de produção. As matérias-primas e os instrumentos pertenciam ao capitalista. O trabalhador possuía apenas sua força de trabalho que vendia em troca de um salário. Seguia o ritmo ditado pelo capitalista. Não tinha o domínio de todas as fases de produção devido à introdução da divisão do trabalho.


Produção maquinofatureira

O trabalhador produzia nas fábricas sob a coordenação de um gerente. As matérias-primas e os instrumentos pertenciam ao dono da fábrica. Seguia o ritmo ditado pelo capitalista. Não tinha o domínio de todas as fases de produção devido à introdução da divisão do trabalho. Além disso, as máquinas substituíram o trabalho de muitos operários.

  • Fatores que possibilitaram o pioneirismo da Inglaterra:


- Revolução Gloriosa – A burguesia e a gentry assumiram o controle político do país e criaram medidas visando o desenvolvimento do capitalismo (constituição de zona de livre comércio e de um sólido sistema financeiro);


- Cercamentos e Modernização dos processos de produção e colheita – A usurpação das terras dos pequenos proprietários pelos grandes proprietários e o aumento da produtividade provocou o êxodo rural;


- Êxodo rural – Os trabalhadores do campo migraram para as cidades em busca de trabalho nas fábricas que estavam surgindo;


- Crescimento populacional – O desenvolvimento da Medicina ajudou a diminuir a taxa de mortalidade e aumentar a taxa de natalidade, aumentando a oferta de mão-de-obra para as indústrias;


- Abundância de fontes de energia – As jazidas de carvão supriram as necessidades energéticas das fábricas;


- Posição geográfica – O fato de a Inglaterra ser uma ilha situada à margem da Europa Ocidental facilitou o acesso ao comércio ultramarino.

FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


PRIMEIRA ETAPA

(1760-1860)

SEGUNDA ETAPA

(1860-1900)

TERCEIRA ETAPA

(Séculos XX e XXI)

LOCAL

Inglaterra

Europa Ocidental e Oriental, Estados Unidos e Japão

Todos os países

CARACTE-RÍSTICAS

Desenvolvimento das indústrias têxteis com a utilização do tear mecânico;

Aperfeiçoamento das máquinas a vapor.

Desenvolvimento das indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímicas, automobilísticas;

Aproveitamento da energia elétrica dos combustíveis petrolíferos.

Desenvolvimento da energia nuclear, do microcomputador, da microeletrônica, da robótica e da engenharia genética;


  • Consequências da Revolução Inglesa:

Urbanização – Houve um grande desenvolvimento urbano marcado pela profunda desigualdade social. Os burgueses habitavam bairros elegantes com avenidas largas. Os trabalhadores moravam em bairros com péssimas condições sanitárias.


Melhoria do transporte e da comunicação – Esses setores foram amplamente desenvolvidos para facilitar a circulação das mercadorias (barco a vapor, locomotiva, avião, telégrafo, telefone).


Ressignificação da palavra trabalho – O trabalho que significava o castigo divino pelo pecado original, implicando dor e humilhação, passou a designar uma condição básica para a salvação, que poderia propiciar riqueza e dignidade.


Alienação do trabalhador – O trabalhador tornou-se alienado, ou seja, perdeu o controle sobre a natureza o produto do seu trabalho.


Massificação do gosto – A produção em série padronizou o gosto dos consumidores.


Exploração do trabalhador – Homens, mulheres e crianças realizavam suas atividades em condições precárias. As jornadas de trabalho variavam entre 15 e 18 horas. Os salários eram baixos. Acidentes de trabalho e punições eram frequentes.



Resistência operária – A exploração levou à organização da classe trabalhadora na Inglaterra.


Ludismo - Os trabalhadores consideravam que a introdução das máquinas no processo produtivo foi responsável pela situação de exploração em que se encontravam e promoveram a destruição das máquinas em várias fábricas.


Trade unions – Os trabalhadores criaram associações de auxílio mútuo, que tinham por objetivo criar fundos de reserva a ser utilizados nos momentos de necessidade.


Sindicalismo – Os trabalhadores formaram sindicatos, entidades trabalhistas destinadas a lutar pelos direitos dos operários.


Cartismo – Os trabalhadores reuniram suas reivindicações no documento Carta do Povo, que conquistou importantes avanços. O Parlamento inglês limitou a jornada de trabalho dos adultos em 10 horas e das crianças em 8 horas e proibiu o trabalho de mulheres e crianças nas minas de carvão.

Canção ludista

Brave ludits we are, for the breaking we come!
God save Ned Ludd!
Machines to hell, we want our dignity!

Breaking is good, join us and save Europe!
Break! Break! Break or die working!
Monsters of industrialism, we want you broken!
Machines to the ground!
Crash! Crash! Bang! Bang! The sound of freedom these are!
Break one, break two, break three, break all! All!

Tradução

Nós somos bravos ludistas, para a quebra nós vamos!
Deus salve o Ned Ludd!
Máquinas para o inferno, queremos a nossa dignidade!
Quebrar é bom, vamos nos juntar e salvar a Europa!
Quebrar! Quebrar! Quebrar ou morte dos trabalhadores!
Monstros do industrialismo, nós queremos vocês quebrados!
Máquinas para o chão!
Bater! Bater! Bater! Bater! Os sons da liberdade são esses!
Quebrar uma, quebrar duas, quebrar três, quebrar tudo. Tudo!

  • Teorias que orientaram o movimento operário:

Socialismo utópico – Os socialistas utópicos ou reformistas acreditavam que era possível reformar a sociedade através da aliança com a burguesia.
Representantes: Robert Owen, Saint-Simon, Louis Blanc e Charles Fourier.

Socialismo científico – Os socialistas científicos ou revolucionários acreditavam que a transformação da sociedade só era possível através da revolução proletária.
Representantes: Karl Marx e Friedrich Engels.

Anarquismo – Os anarquistas acreditavam que a mudança da sociedade só seria possível com a instauração de uma sociedade desprovida de Estado e constituída por pequenas comunidades autônomas.
Representantes: Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin.

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